ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA
REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 27-12-2001.
Aos vinte e sete dias do mês de dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Ervino Besson, João Antonio Dib e Raul Carrion, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Estilac Xavier, Fernando Záchia e Helena Bonumá, Titulares, e João Carlos Nedel e Sebastião Melo, Não-Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima Primeira Reunião Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Informações nºs 236/01 (Processo nº 4708/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 04 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 235/01 (Processo nº 4692/01); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Informações nºs 232, 233 e 234/01 (Processos nºs 4663, 4668 e 4669/01, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 609, 610 e 618/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib externou sua contrariedade no que tange à aplicação de recursos públicos municipais no sistema financeiro, ao longo dos anos em que o Partido dos Trabalhadores está a frente do Executivo Municipal, ressaltando que essas verbas deveriam ser destinadas à execução de obras de infra-estrutura no Município, especialmente para combater os alagamentos que ocorrem por ocasião de chuvas intensas. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, do dia vinte e sete de dezembro do corrente ao dia três de janeiro de dois mil e dois, tendo o Senhor Presidente declarado empossada a Vereadora Sofia Cavedon na titularidade da Comissão Representativa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson teceu considerações acerca da necessidade de ações efetivas da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, no intuito de dirimir o crescimento da violência em Porto Alegre. Ainda, comentou aspectos da coluna do jornalista Paulo Sant’Ana, publicada ontem no Jornal Zero Hora, a qual versou sobre a utilização de controladores eletrônicos de velocidade nas avenidas da Cidade. O Vereador Carlos Alberto Garcia parabenizou o Senhor Comandante-Geral da Brigada Militar pela manutenção do Coronel Tasso Marcadela no Comando do Policiamento da Capital. Também, analisou as condições sócioeconômicas da população mundial no ano de dois mil e um, destacando a importância de uma reflexão acurada sobre os valores vigentes na sociedade moderna e desejou que os ideais de fraternidade e solidariedade sejam renovados no ano vindouro. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre os trabalhos da presente Reunião. Às dez horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Legislativa Extraordinária a ser realizada no dia três de janeiro de dois mil e dois. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
tenho afirmado sempre que um homem aprende todos os dias e eu não sou
diferente, todos os dias eu aprendo alguma coisa. Mas, na semana passada, por
duas vezes, eu trouxe a esta tribuna a minha inconformidade com o fato de a
Prefeitura ter vultosas somas aplicadas no sistema financeiro já no final do
ano. E a Bancada do Partido dos Trabalhadores, na pessoa do Ver. Adeli Sell -
que já foi Presidente da Comissão de Finanças -, contestou este Vereador porque
era bom a Prefeitura ter dinheiro. É verdade, mas não no sistema financeiro
aplicado para render juros, porque o Partido dos Trabalhadores só critica os
banqueiros e dá oportunidade aos banqueiros colocando enormes somas para que
depois sejam emprestadas por valores muito maiores do que aqueles que a
Prefeitura recebe.
Mas
também aprendi com o Adaucto Vasconcellos – de saudosa memória – muitas coisas,
e lembro quando ele dizia que quando o Ver. João Antonio Dib vai à tribuna e
denuncia algum fato, reclama algum número, é melhor deixar por isso mesmo. Não
contestem, a não ser que tenham bastante precisão no que vão fazer.
Bem,
na segunda vez que eu critiquei o excesso de dinheiro aplicado no sistema
financeiro, eu disse que o dinheiro deveria ser usado com dignidade. Eu,
realmente, fui educado, é só ver o meu discurso, eu não disse mais nada: que
deveria ser usado com dignidade.
Pois
nós temos uma Cidade alagada, e temos uma Cidade que tem taxa de pluvial. Essa
taxa de pluvial, na forma da Lei Complementar nº 206 – que criou a Taxa de
Pluvial – no seu art. 4º, diz textualmente: “Os recursos repassados pelo
Departamento Municipal de Água e Esgoto - que ganha 3% para cobrar a Taxa de
Pluvial - à Administração Centralizada, nos termos do artigo anterior, serão
integralmente alocadas ao Departamento de Esgotos Pluviais, objetivando
implemento do programa de reparação da rede de drenagem urbana”.
Nós
temos a Cidade alagada que não é socorrida pelo Cidade Viva. E o que faz o Prefeito? Pega o dinheiro que deveria
ser usado pele DEP para implementar a rede de esgotos pluviais e coloca no
sistema financeiro. Isso não é dignidade. Foi o que eu disse naquele dia.
Mas
o Partido dos Trabalhadores vem fazendo aplicação no sistema financeiro há
muito tempo - há muito tempo -, desde o primeiro ano, quando tinha dificuldades
até de caixa, mas no sistema financeiro tinha dinheiro sempre.
Em
31 de janeiro de 1990, o Prefeito Olívio de Oliveira Dutra anunciou que não
poderia pagar os servidores por falta de caixa, que ele precisava 70 milhões de
cruzeiros e não tinha isso. E eu, com aquela teimosia de quem conhece números,
afirmei que ele tinha os 70 milhões e que ele poderia pagar. Ele parcelou o
salário para ser pago uma parte no dia 31 de janeiro, uma parte no dia 6 de
fevereiro e a terceira parte no dia 15 de fevereiro. Eu pedi o impeachment do Prefeito por
descumprimento da Lei. Não consegui, na Câmara, não conseguiria 22 votos, é
claro, e nem eu estava querendo. Mas eu estava querendo dizer que tinha gente
atenta nesta Casa. E aí, como Deus escreve certo por linhas tortas, um amigo
meu fez um depósito no overnight de
10 mil reais, no BANESPA, e recebe o recibo. Põe no bolso e vai para casa.
Quando ele chegou em casa – nos primeiros dias de fevereiro de 1990 –, para
guardar o recibo, ele olha e lê 107 milhões! “Mas eu depositei 10!” Pensou ele.
É que o Dr. Olívio, bancário, tinha espírito de banqueiro, colocou 107 milhões
de cruzeiros, naquela época, no sistema financeiro, no overnight para render juros para a Prefeitura, e não podia pagar o
salário dos municipários. Pagou, naquele mesmo dia, quando eu mostrei nesta
tribuna o recibo de 107 milhões de cruzeiros aplicado no sistema financeiro.
Pagou e nunca mais atrasaram o salário, vão até o último dia, espremem tudo o
que podem do servidor municipal, mas pagam.
Então,
eu gostaria que, quando eu faço análise dos números, não venham com falsas
verdades, dizer que é importante que a Prefeitura tenha 48 milhões de reais em
conta corrente, no dia 31 de outubro; 140 milhões aplicados no sistema
financeiro. Não digam mais, para que eu não me aborreça, e tragam outras
informações, que eu também ainda tenho, porque eu sou um colecionador de
informações, e informações precisas.
Sr. Presidente, permita-me que eu, nesta última Reunião, deseje a todos os porto-alegrenses e a todos os gaúchos, no novo ano: paz, muita paz. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Adeli Sell solicita Licença para
Tratamento de Saúde no período de 27 de dezembro de 2001 a 3 de janeiro de
2002.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de licença do Ver. Adeli Sell, e dada a posse à
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, e também as
pessoas que nos assistem pela TV Câmara, eu queria saudar a todos. Este meu
pronunciamento, no dia de hoje, é o último neste ano de 2001. Eu tenho, por
várias vezes, me pronunciado nesta tribuna e confesso a todos que nos assistem,
neste momento que, sinceramente, gostaria de me pronunciar sobre outro assunto
e não sobre este que vou me pronunciar neste momento.
Eu
tenho dito aqui, por várias vezes, nos meus pronunciamentos, sobre a minha
forte ligação com os pequenos e médios empresários da Cidade de Porto Alegre.
Como de costume, nos finais de ano, faço uma visita a esses comerciantes
levando o meu abraço de final de ano. Neste ano, fiz visitas a vários
comerciantes e, em cada visita aos estabelecimentos, eu saía com muita
tristeza. Por que digo isso? Porque em 90% dessas visitas eu me deparava com
uma grade. Esses comerciantes, Sr. Presidente, contribuem com o seu trabalho de
doze a quinze horas diárias e contribuem com os seus impostos. Essas pessoas me
receberam e colocaram a maneira como estão trabalhando hoje, fechadas,
praticamente atrás de grades. É uma situação extremamente triste e lamentável.
Eu
quero, neste meu último pronunciamento do ano de 2001, fazer um apelo desta
tribuna. Eu gostaria que algum amigo do Secretário, alguma pessoa ligada ao
Secretário de Segurança, agendasse uma visita do Secretário a esses
comerciantes para ouvi-los, para que ouça essas pessoas. Quem sabe, de repente,
o Secretário, com o seu conhecimento - ele tem de ter estrutura e conhecimento,
porque ele é o Secretário de Segurança do nosso Estado -, ouça os apelos e os
clamores desses trabalhadores. É este o apelo que eu faço hoje, desta tribuna.
Lendo
a coluna do Paulo Sant’Ana - e eu quero aqui saudá-lo, pois a minha mania, de
manhã, não é escovar os dentes, tomar banho ou tomar o café, é ler a coluna do
Paulo Sant’Ana. E na sua coluna de ontem, mais uma vez, ele aborda a questão
dos pardais desta Cidade. Eu, pelo
menos, entendia que as armadilhas eram feitas para capturar animais, o que é
crime, hoje. Só que nós temos, hoje, pardais
em Porto Alegre, que representam verdadeiras armadilhas. E armadilha não se faz
para o ser humano. Eu fiz uma viagem neste Natal, até o Paraná; atravessei todo
o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e penso que nós temos muito que aprender
com esses outros Estados, muito o que aprender!
Para
encerrar, quero desejar a todos, às pessoas que nos assistem pela TV Câmara,
meus queridos amigos e amigas, a todos os funcionários, um feliz Ano Novo! Que
Deus nos dê muita paz e muita saúde, para que possamos entrar o novo ano com
muito ânimo e para que possamos trabalhar com muita disposição e com muito
amor, para a nossa Cidade, para o nosso povo, esse povo que nos colocou aqui,
para que possamos representá-lo de forma digna, tranqüila e honesta! Um bom Ano
Novo para todos! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Solicito ao Ver. Ervino
Besson que assuma a Presidência dos trabalhos para que este Vereador possa
utilizar a tribuna.
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSB.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, queremos aproveitar este último dia de Reunião da Câmara Municipal
de Porto Alegre para fazer alguns registros: primeiro, queremos parabenizar o
Comandante-Geral da Brigada Militar, Coronel Gérson Pereira, por manter o
Coronel Tasso Marcadela no Comando de Policiamento da Capital. Sabemos e lemos
por meio de diversas notícias nos veículos de comunicação da nossa Cidade, do
nosso Estado, que o Coronel Tasso, durante muitos dias, esteve ameaçado de ser afastado
do cargo que recentemente havia assumido.
Tivemos
a oportunidade de fazer um pronunciamento aqui nesta Casa, na época de toda
celeuma, e fizemos questão de registrar a postura desse Coronel, desse
Comandante ao longo dos anos na Brigada Militar, mostrando que é o mais jovem
Coronel da ativa da Brigada, com 44 anos, querido pelos seus subordinados.
Entendemos que a sua manutenção à frente do Comando de Policiamento da Capital
mostra que a Brigada Militar tem comando.
Outro
registro que queremos fazer é que está terminando o ano. Este ano de 2001 foi
cercado de mistério, de euforia, de esperanças. Início de novo século, de novo
milênio, mas o que vimos foi, mais uma vez, um ano de guerra, um ano de
injustiça em que a inclusão social não foi alcançada; pelo contrário, cada vez
mais constatamos que a população do nosso universo está mais empobrecida. São os grandes paradigmas que não se
conseguem conceber deste mundo moderno. Nunca o homem colheu tantos grãos e, ao
mesmo tempo, nunca se viu tanta gente passando fome. Isso mostra que as
desigualdades estão cada vez mais acentuadas; e a cada ano que se renova isso
faz com que as pessoas possam refletir.
Desejamos
a cada um uma esperança de dias melhores, e tenho a certeza de que 2002 será
bem melhor que o ano de 2001!
Portanto,
em nome do Partido Socialista Brasileiro, desejamos a todos os Vereadores e
Vereadoras, funcionários, bem como à população da nossa Cidade, um momento de
reflexão e interiorização para que cada um possa realmente ser solidário em
busca de uma sociedade mais justa e mais fraterna. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, só desejo fazer um
registro, hoje, na última Reunião do ano: a Bancada do PPB está integralmente
presente como também esteve na primeira. Saúde e paz!
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Como a Bancada do PC do B, como a Bancada
do PSB, como a Bancada do PMDB.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se
a Reunião às 10h13min.)
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